App transforma infratores em cidadãos comprometidos com a mobilidade urbana

Bastou uma carta educativa com um delicado “puxão de orelha” para mudar o comportamento do instrutor e técnico hidráulico Davi Cápua. O carro dele estava estacionado em local proibido quando foi flagrado por um usuário do Capester, aplicativo de educação no trânsito pelo qual podem ser gravados e enviados vídeos de infrações.

 A iniciativa não apenas serviu de lição para o motorista como também despertou a consciência e a vontade de contribuir para melhorar a mobilidade em Porto Alegre.

Davi conta que percebeu o quanto o carro dele estacionado naquele local, a rua Dom Vital, no bairro Gloria, quase numa esquina de grande movimento, atrapalhou o trânsito e dificultou a conversão de carros para acessar uma das principais avenidas da cidade. Ele ressalta que são iniciativas como esta que realmente têm o poder de conscientizar os cidadãos. “Eu achei que era uma multa. Quando li a carta e vi que não era, fiquei muito surpreso. Porto Alegre precisa de iniciativas como esta. São ações assim que mudam, sensibilizam, impactam as pessoas. Só vamos conseguir mudar e melhorar a cidade se todos nós fizermos a nossa parte”, afirma.

Ao ser surpreendido pela carta educativa enviada pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Davi decidiu que não apenas vai cuidar para não cometer nenhuma infração como também está ajudando a fiscalizar motoristas infratores. Ele baixou o aplicativo e passou a enviar os vídeos. “Descobri que o poder está nas nossas mãos. Nós, os cidadãos, podemos mudar nossos comportamentos e influenciar os outros para que mudem também. Se todos se respeitarem e respeitarem as leis, a cidade vai ficar bem melhor”, conclui.

O motorista “ex-infrator”, como Davi mesmo se define, gostou tanto da iniciativa que agora quer divulgar o aplicativo. Ele vai fazer cópia da carta que recebeu para colocar no mural do restaurante onde estava no momento em que o carro foi flagrado, pois muita gente costuma estacionar no local para ir almoçar neste estabelecimento.

Para o vice-presidente da Capester, Ariel Galinsky, este é um exemplo de como transformar as cidades que hoje enfrentam problemas de mobilidade em lugares melhor para viver. “É justamente essa mudança que queremos provocar. Precisamos engajar as pessoas para que eles façam de Porto Alegre um exemplo para o mundo de uma cidade que se reinventou, que reorganizou seu trânsito e suas práticas no trânsito a partir da fiscalização dos cidadãos. Uma cidade em que todos se respeitam, porque o respeito é a base da existência do Capester”, destaca.

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