Milionários brasileiros não enriqueceram no mercado financeiro, analisa estudo

Viver de renda, ter casa na praia, no campo e ser milionário é o que a maioria das pessoas que acordam cedo para trabalhar almejam, mas como chegar a este patamar?

Foto via Reprodução/Lobo de Wall Street (2014)

Um estudo feito com os 31 milionários brasileiros, mostrou que não será pelo mercado financeiro que essa mudança de vida ocorrerá para quem tem este sonho. Somados os 31 entrevistados, o valor total em investimentos financeiros chega a mais de R$ 100 milhões. Embora 100% dos entrevistados invistam no mercado financeiro, destes, 77% responderam que sua fortuna foi conquistada trabalhando de forma tradicional. Outros 23% aumentaram suas contas bancárias por meio de herança. “Investir no mercado não é bingo ou casino. Os produtos financeiros têm a função de dar um seguro ao patrimônio, manter a qualidade de vida daquele que investe e não o tornar rico”, diz André Bona, educador financeiro do Blog de Valor.

O estudo mostra que 54% do total investido pelos entrevistados estão na renda fixa, seja tesouro direto, CDBs, LCIs, LCAs ou outras modalidades Outros 34% do montante estão em fundos de investimentos e 12% na renda variável, as famosas “ações”. Para André, a diversificação dos investimentos é essencial no fortalecimento do patrimônio, seja ele milionário – como os 31 do estudo – ou para as pessoas que estão começando agora acumular.

“Nenhum desses milionários atribuiu ao mercado financeiro a construção de seu patrimônio, nem aos investimentos feitos na bolsa de valores. Embora possuam essas grandes quantias e se preocupem em investi-las da melhor maneira, todos da pesquisa entendem que o mercado financeiro tem o objetivo de preservação do patrimônio que construíram em suas atividades profissionais. Diversificar torna mais seguro o investimento, pois colocando em diferentes locais os riscos são diluídos os ganhos podem ser até maiores”, explica o educador financeiro.

Algo que influência na perda do poder de compra é a inflação pessoal, que não é aquela medida pelos índices, mas sim, aquela relativa aos produtos que cada pessoa realmente consume de maneira individualizada, ou seja, sua cesta básica. Uma característica deste “índice pessoal” são os aumentos de preços ao longo do tempo quefaz o dinheiro “perder o seu valor”, como analisa Bona. “Todos nós somos gestores do nosso patrimônio, então existe a necessidade de saber com o que gastamos, pois é medindo a evolução de preços desses gastos que poderemos determinar a real inflação de cada pessoa”, comenta André Bona.

O educador financeiro alerta que é normal que as pessoas não percebam esta diferença no curto prazo. “O que o mercado financeiro pode e realmente faz por um investidor é proteger o patrimônio acumulado ao longo da vida nas suas atividades profissionais, para que seu valor não seja depreciado pela inflação e, além disso, obter uma rentabilidade adicional. Mas o processo de construção expressiva do patrimônio se dá fora do mercado financeiro”, finaliza André.

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